domingo, 18 de março de 2018

MARIELLE O POEMA


MARIELLE O POEMA
Merlânio Maia

Moça linda Marielle
Tão bela, em charme encharcada
Tua voz tão afinada
Entoava coro e ação
Tu que davas voz e vez
Aos sem nada, aos sem ninguém
Lutou contra quem não tem
Escrúpulo nem coração

Logo as ruas da favela
Ficavam iluminadas
Com a presença encantada
Do Sol do teu coração
Marielle a negra efígie
Da voz firme e respeitada
Rainha já coroada
Feita de força e canção

Ainda lembro tu sentada
Na calçada de vestido
Fazendo festa e alarido
A lutar com valentia
Fazendo estremecer tristes
Miseráveis e malditos
Covardes maus e proscritos
Com o peso da tua guia

 À noite os chacais planejam
Num ato calar-te a voz
Sepultar de forma atroz
Varrer a tua presença
Os maus não sabem da vida
Que não morrem ideais
E o corpo que morre traz
O infindo poder da crença

Quando sepultam o corpo
Semeiam na humanidade
O ideal que a tudo invade
A resistir sob a pele
E o corpo morto dá corpo
Dá poder, dá força e voz
E perpassa em todos nós
Todos somos Marielle

Que tua luta era do bem
Da paz, da luz, do amor
Pela igualdade na dor
Pela igualdade no riso
E este ideal vai singrando
Pelo rio que invade o mar
Toda Terra vai singrar
Neste caminho preciso

E assim continuas viva
No plenário, praça e rua
Denunciando a treva crua
Que forja o covarde horror
Mas tua luz feminina
Tem a postura divina
Que nosso mundo ilumina
Despertando em nós o amor!

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