quinta-feira, 31 de agosto de 2017

QUE ENTERREM MEU CORAÇÃO ÀS MARGENS DO AMAZONAS

QUE ENTERREM MEU CORAÇÃO
ÀS MARGENS DO AMAZONAS
Merlânio Maia

Havia uma mata virgem
Que já foi pulmão do mundo
Com tanta diversidade
De um bioma tão profundo
Que invejava as nações
Que já mataram os pulmões
Jogando a vida nas lonas
E aqui vê repetir a ação
Que enterrem meu coração
Às margens do Amazonas!

É o grito do seu poeta
Ao ver o fim da riqueza
Devastarem tanta espécie
Destruindo a natureza
E os seus bilhões de anos
Construído em vários planos
Num decreto virar zona
Da mais vil exploração
Que enterrem meu coração
Às margens do Amazonas!

A ganância toma conta
O governo é inconsciente
E a floresta amazônica
Assassinada friamente
E as árvores centenárias
Fauna e flora necessárias
Viram cinzas nas matronas,
Na ganância do ladrão
Que enterrem meu coração
Às margens do Amazonas!

Políticos irresponsáveis
Rapineiros de carteira
Que não valorizam a vida
Nem a nação brasileira
Conjuram pelas caladas
Votam pelas madrugadas
Como as hienas matronas
Vampirizando o torrão
Que enterrem meu coração
Às margens do Amazonas!

Reservas ambientais
Completa de animais
De plantas bicentenárias
Vão virar móveis, jornais,
Na ânsia de minerar
Vão todo um mundo matar
E ninguém ao rei destrona
Será o fim deste pulmão
Que enterrem meu coração
Às margens do Amazonas!


Que desperte Chico Mendes
E os mártires seringueiros
Que acordem todas as tribos
Dizimadas por grileiros
Txucarramãe e os tupis,
Tupinambás, guaranis,
Os bororos e as turronas
Amazonas em nação
Pra que se expulse o ladrão
Que enterrem meu coração
Às margens do Amazonas!


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