segunda-feira, 28 de agosto de 2017

DONAS DE AMANHÃS

Merlânio Maia


As minhas crianças
São cheias de encanto,
De alegre acalanto,
De brilho e calor...
Tão especiais
A todas crianças
De cabelos, tranças...
Repletas de amor

Suas gargalhadas
Ecoam no espaço
Dançam no compasso
Vivem a cantar
Fazem traquinagens
Gritam, soltam pum,
Sem motivo algum
Saem a requebrar

Todas são carecas
Doces bagunceiras
Suas brincadeiras
Também tão iguais
Às da criançada
De todas as cores
Também sentem dores
São normais, normais!...

São minhas Amandas,
Joãos, Daniéis,
Lucas, Isabéis,
Thiagos, Luanas,
Rodrigos e Carlas,
Rafaéis, Mayaras,
Virgínias e Maras,
Ednas e Anas...

Mas não são tão livres
Pois o seu futuro
Se esbarra num muro
Branco hospitalar
Elas portam câncer
Lutam todo o dia
Contra a tirania
Que as vem devastar

Luta dura, infame,
Luta fatigante
Luta tão gigante
Luta desigual
Luta tão constante,
Luta bruta e forte,
Luta contra a morte
Luta desleal!


E tome coragem,
Tome valentia,
Pois a terapia,
As enchem de ais
QT, ânsia, enjôo,
Agulhas e exame,
Pra que a morte infame
Não vença jamais

São tão pequeninas
E as vejo vencendo,
As vejo crescendo,
E as vejo tão sãs
São os meus amores
Meninos, meninas,
Crianças divinas
Donas de amanhãs!

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