quarta-feira, 19 de outubro de 2016

A VOLTA DE PARAFUSO



A VOLTA DE PARAFUSO
Merlânio Maia
(Poema feito no dia da morte de Parafuso fundador dos Três do Nordeste, com muita saudade do amigo que seguia)

Parafuso deu um breque
Na batida do Forró
Quando escutou a sanfona
Naquele acorde de Dó
Era um convite primeiro
Chamando este zabumbeiro
Com seu talento inconteste
Pra formar com Zé Cacau,
Zé Pacheco o original
E único TRÊS DO NORDESTE!

Lá no Céu viu Gonzagão
No seu Baião peneirando,
Dominguinhos, Camarão
Junto a Marinês cantando
E até o Trio Nordestino
Fazia um coro divino
Nesta comemoração
A sanfona ria mole
E Arlindo no seu fole
Tocava um viva a São João

Mestre Jackson do Pandeiro
Com Sivuca sincopava
E entrou Jacinto Silva
Que na peleja encantava
Nessa hora também chegou
Este zabumbeiro-show
Trazido por São Beluzo
Zé Pacheco e Zé Cacau
Levantaram a um sinal
Pra receber Parafuso

Seu Januário contente,
João do Vale e Zé Gonzaga,
E Manezinho Araújo,
Com Patativa rimava,
Abdias, Gordurinha,
Pedro Sertanejo vinha
Com a sanfona de luz
E Seu Luiz conduzia
Sua linda Ave Maria
Que nosso Sertão traduz

São Pedro com Santo Antonio
A São João se chegaram
E vieram dar um abraço
No músico que convidaram
Da zabumba fez-se uso
E disseram: “Parafuso
Aqui ninguém fica só
E a música de raiz
Mostrou que o Céu é feliz
Na batida do Forró

Os santos de tão contentes
Dançavam com alegria
E o Forró era um presente
De música e de poesia
De Deus, o Senhor perfeito
Que fez Parafuso eleito
Quando no Céu foi incluso
E o poeta menestrel
Sonhou que estava no Céu
E registrou no papel
A volta de Parafuso!
#MerlanioPoeta

Nenhum comentário: